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PM que atendeu ocorrência de acidente que matou a própria filha diz: ‘Pedi força a Deus quando vi que era ela’

Severino Góis, de 54 anos de idade, sargento da Polícia Militar passou neste sábado (28) pelo que ele chamou de “pior experiência da vida”.

Severino Góis, de 54 anos de idade, sargento da Polícia Militar passou neste sábado (28) pelo que ele chamou de “pior experiência da vida”.

Ele  foi chamado para atender a uma ocorrência de acidente de trânsito na BR-226, em Macaíba, na Grande Natal. Ao chegar ao local,ele descobriu que uma das vítimas era sua filha Gabriela Nascimento de Góis, de 19 anos, que morreu no acidente. “Eu pedi muita força a Deus quando vi que era ela”, disse.

Gabriela estava acompanhada do namorado João Vitor Lima da Silva, de 21 anos, que também morreu. Os dois vinham em uma moto na BR-226, no sentido Natal, quando bateram na lateral de uma caminhonete que iria cruzar a via. Com o impacto, o casal foi arremessado e entrou pela janela do carro. Os dois morreram no local.

“Quando eu cheguei no local eu vi que tinha uma guarnição da PRF. Aí eu pensei: ‘esse acidente não foi na estrada de barro, foi aqui na BR. Isso é com a PRF. Mas vamos encostar aqui ao lado’. Aí eu encostei a viatura com a minha equipe. Ao chegar no local, eu vi a moto toda destruída. A pancada foi violenta. Aí eu olhei, por trás da moto, e vi um capacete rosa. O capacete que era da minha filha. Eu olhei e disse ‘esse capacete eu conheço, é da minha filha’. Aí o rapaz veio para perto de mim e disse ‘calma, sargento Góis. Foi Gabi’”, contou, emocionado.

“Nessa hora Jesus me deu força, me deu coragem, e eu me desloquei até o carro. Chegando no lado do passageiro eu visualizei o meu genro. De costas, já dentro das ferragens. E eu vi os pés dela. Então eu corri, arrodeei pelo lado do carro e abri a porta. Quando eu abri a porta, minha filha estava deitada como se estivesse dormindo. Naquele momento eu abri minha mente para Deus e disse ‘Senhor, me dá forças. Porque eu sei que minha filha não está mais comigo, nem meu genro. Mas o Senhor vai me dar forças”, disse.

Até a chegada do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), o sargento permaneceu no local do acidente. Em entrevista à Inter TV Cabugi ele contou que Gabriella queria ser policial rodoviária federal e que estava estudando para realizar esse sonho. “Ela era uma menina estudiosa. Semana passada mesmo ela me disse que ia me dar muito orgulho, que ia ser policial rodoviária federal. Mas não deu tempo”, lamentou.

De acordo com a família Gabriella e João Vitor namoravam há um ano e, já estavam planejando o noivado.

O corpo de João Vitor é velado na Igreja Adventista, em Macaíba. O corpo de Gabriella é velado na casa da família dela, que fica na marginal da BR-226, onde o acidente aconteceu.

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