Morreu na manhã de sábado (28) no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, o paciente que pesava cerca de 300 quilos e aguardou cinco dias em um colchão no chão de uma unidade de saúde para ser internado em uma cama na UTI, Carlos Alberto Félix da Silva, de 41 anos, foi reanimado depois de duas paradas cardiorrespiratórias, mas não resistiu à terceira.
“Pelo menos, teve um pouco de dignidade no fim da vida, não estava no chão e recebeu toda a atenção e cuidado possível. Infelizmente, estava muito grave”, disse o diretor do Giselda Trigueiro, André Prudente.
Ele estava com insuficiência cardíaca e rabdomiólise, que é uma degradação do tecido muscular que libera uma proteína prejudicial no sangue. O exame dele de Covid-19, uma suspeita inicial, deu negativo.
Carlos Alberto procurou o Hospital Regional de João Câmara, a 74 km de Natal, na segunda-feira passada (23) ao apresentar dificuldade de respirar e ficar com lábios e dedos roxos, além de batimentos cardíacos fracos. Na quarta-feira (25), a equipe médica o intubou para ele respirar com ajuda de aparelhos.
A unidade de saúde optou por colocá-lo em um colchão no chão, pois não tinha cama que pudesse suportar o peso dele, A direção do Hospital Regional de João Câmara disse que “devido à doença crônica que o paciente” tem, fez o “possível para deixá-lo o mais cômodo possível”
A família dele, Na sexta-feira (27), conseguiu na Justiça o direito a um leito de UTIem um hospital de Natal para que ele pudesse receber o tratamento adequado.
Ele foi transferido, então, na madrugada deste sábado (28) para o Hospital Giselda Trigueiro, que já havia aceitado a transferência do paciente antes mesmo da decisão judicial. Para recebê-lo, o hospital preparou uma cama adaptada, unindo duas que suportam até 200 quilos.