O diabetes é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose, que é a principal fonte de energia das células. A glicose é obtida a partir dos alimentos que consumimos, especialmente os carboidratos.
Para que a glicose possa entrar nas células, é necessário o hormônio insulina, que é produzido pelo pâncreas. No diabetes, há um defeito na produção ou na ação da insulina, o que faz com que a glicose se acumule no sangue, causando hiperglicemia.
A hiperglicemia é uma condição que pode trazer sérias complicações para a saúde, como danos aos vasos sanguíneos, aos nervos, aos olhos, aos rins e ao coração. Por isso, é importante saber reconhecer os sinais de que o açúcar está alto no sangue e o que fazer para controlá-lo.
Sinais de que o açúcar está alto no sangue
Os sintomas de hiperglicemia podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são:
- Aumento da sede (polidipsia)
- Aumento da fome (polifagia)
- Aumento da frequência e do volume urinário (poliúria)
- Perda de peso sem motivo aparente
- Cansaço e fraqueza
- Visão embaçada
- Dificuldade de cicatrização de feridas
- Infecções frequentes, especialmente na pele, na boca e na região genital
- Formigamento ou dormência nas mãos e nos pés
- Alterações de humor, irritabilidade e dificuldade de concentração
Esses sintomas geralmente aparecem quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, acima de 180 mg/dL. No entanto, algumas pessoas podem não apresentar sintomas ou ter sintomas leves, mesmo com a glicose alta.
Por isso, é fundamental fazer o teste de glicemia capilar regularmente, que é um exame simples e rápido que mede a quantidade de glicose no sangue. O teste pode ser feito em casa, com um aparelho medidor de glicose, ou em uma farmácia, posto de saúde ou hospital.
Os valores normais de glicose no sangue são:
- Glicemia de jejum (8 horas): abaixo de 99 mg/dL
- Glicemia pós-prandial (2 horas após a refeição): abaixo de 140 mg/dL
- Glicemia aleatória (em qualquer horário do dia, independentemente do tempo decorrido desde a última refeição): abaixo de 200 mg/dL
O que fazer em caso de açúcar alto no sangue
Se você tem diabetes e percebe que o açúcar está alto no sangue, o que você deve fazer depende do tipo de diabetes que você tem e do tratamento que você segue. Em geral, as recomendações são:
Verificar a glicemia capilar com frequência, pelo menos 4 vezes ao dia, ou conforme orientação médica
Aplicar insulina, se for o caso, de acordo com a dose e o horário prescritos pelo médico
Tomar os medicamentos orais para diabetes, se for o caso, conforme a indicação médica
Beber bastante água para evitar a desidratação e ajudar a eliminar o excesso de glicose pela urina
Fazer exercícios físicos moderados, se não houver contraindicações, para estimular o consumo de glicose pelas células
Evitar alimentos ricos em carboidratos e açúcares, como pães, massas, bolos, doces, refrigerantes, sucos, frutas secas, entre outros
Preferir alimentos com baixo índice glicêmico, que são aqueles que liberam a glicose de forma mais lenta no sangue, como verduras, legumes, frutas frescas, grãos integrais, oleaginosas, entre outros
Consultar o médico ou o serviço de saúde se os sintomas persistirem ou piorarem, ou se houver sinais de descompensação grave, como vômitos, náuseas, falta de ar, dor abdominal, sonolência ou desmaios
Como prevenir a hiperglicemia
A melhor forma de prevenir a hiperglicemia é manter o diabetes sob controle, seguindo as orientações médicas e adotando hábitos de vida saudáveis. Algumas dicas são:
Fazer o acompanhamento regular com o médico e o nutricionista, para ajustar o tratamento e a dieta conforme as necessidades
Fazer o teste de glicemia capilar diariamente, ou conforme a recomendação médica, e anotar os resultados em um caderno ou aplicativo
Seguir uma alimentação equilibrada, variada e rica em fibras, evitando o consumo excessivo de carboidratos e açúcares
Praticar atividade física regularmente, pelo menos 150 minutos por semana, de preferência sob orientação de um profissional de educação física
Manter o peso adequado, de acordo com o índice de massa corporal (IMC)
Não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas
Controlar o estresse e as emoções, pois eles podem interferir nos níveis de glicose no sangue
Cuidar da saúde bucal, da pele e dos pés, para prevenir infecções e complicações
Fazer exames periódicos para avaliar a função dos rins, dos olhos, do coração e dos nervos, e detectar precocemente qualquer alteração
O diabetes é uma doença que requer cuidados constantes, mas que pode ser controlada com o tratamento adequado e a mudança de estilo de vida. Ao reconhecer os sinais de que o açúcar está alto no sangue e saber o que fazer para baixá-lo, você pode evitar as complicações da hiperglicemia e ter uma melhor qualidade de vida.
Diabetes tipo 2 – Como prevenir e tratar as complicações
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que se caracteriza pela resistência à ação da insulina, o hormônio que regula a entrada de glicose nas células.
Isso faz com que a glicose se acumule no sangue, causando hiperglicemia. A hiperglicemia, se não for controlada, pode levar a diversas complicações, que afetam tanto os pequenos quanto os grandes vasos sanguíneos do corpo.
As complicações do diabetes tipo 2 podem ser divididas em dois grupos: as microvasculares e as macrovasculares. As complicações microvasculares são aquelas que afetam os pequenos vasos sanguíneos, como os que irrigam os olhos, os rins e os nervos.
As complicações macrovasculares são aquelas que afetam os grandes vasos sanguíneos, como os que levam sangue ao coração, ao cérebro e às pernas.
Complicações microvasculares do diabetes tipo 2
As principais complicações microvasculares do diabetes tipo 2 são:
Retinopatia diabética: é uma lesão na retina, a camada de tecido que reveste o fundo do olho e capta as imagens. A hiperglicemia danifica os vasos sanguíneos da retina, causando sangramentos, inchaços e cicatrizes. Isso pode prejudicar a visão e, em casos graves, levar à cegueira. Os sintomas da retinopatia diabética podem incluir visão embaçada, manchas escuras, perda de campo visual e dificuldade para enxergar cores.
Nefropatia diabética: é uma lesão nos rins, os órgãos responsáveis por filtrar o sangue e eliminar as impurezas. A hiperglicemia sobrecarrega os rins e prejudica sua capacidade de filtragem, levando à perda de proteínas pela urina. Isso pode causar inchaço, pressão alta, anemia e, em casos avançados, insuficiência renal. Os sintomas da nefropatia diabética podem incluir espuma na urina, inchaço nas pernas, cansaço, falta de ar e coceira na pele.
Neuropatia diabética: é uma lesão nos nervos, as estruturas que transmitem os impulsos nervosos pelo corpo. A hiperglicemia afeta os nervos, causando inflamação, perda de sensibilidade e dor. Isso pode comprometer o funcionamento de vários órgãos e sistemas, como o digestivo, o urinário, o sexual e o cardiovascular. Os sintomas da neuropatia diabética podem incluir formigamento, dormência, queimação, fraqueza, perda de equilíbrio e alterações na pressão arterial.
Complicações macrovasculares do diabetes tipo 2
As principais complicações macrovasculares do diabetes tipo 2 são:
Doença arterial coronariana: é uma obstrução das artérias que levam sangue ao coração, causada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes dos vasos. A hiperglicemia favorece a formação dessas placas, que podem reduzir ou bloquear o fluxo sanguíneo ao coração, causando angina, infarto ou morte súbita. Os sintomas da doença arterial coronariana podem incluir dor ou desconforto no peito, falta de ar, suor frio e palpitações.
Acidente vascular cerebral (AVC): é uma interrupção do fluxo sanguíneo ao cérebro, causada por um entupimento ou rompimento de uma artéria. A hiperglicemia aumenta o risco de AVC, que pode provocar danos cerebrais permanentes ou morte. Os sintomas do AVC podem incluir dor de cabeça, tontura, confusão mental, dificuldade para falar, paralisia ou dormência de um lado do corpo e perda de visão.
Doença arterial periférica: é uma obstrução das artérias que levam sangue às pernas, causada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes dos vasos. A hiperglicemia favorece a formação dessas placas, que podem reduzir ou bloquear o fluxo sanguíneo às pernas, causando dor, feridas, infecções e gangrena. Os sintomas da doença arterial periférica podem incluir dor ou cãibras nas pernas ao caminhar, frieza, palidez, diminuição dos pelos e dos pulsos e feridas que não cicatrizam.
Como prevenir e tratar as complicações do diabetes tipo 2
A melhor forma de prevenir e tratar as complicações do diabetes tipo 2 é manter o controle adequado dos níveis de glicose no sangue, seguindo as orientações médicas e adotando hábitos de vida saudáveis. Algumas dicas são:
Fazer o acompanhamento regular com o médico e o nutricionista, para ajustar o tratamento e a dieta conforme as necessidades
Fazer o teste de glicemia capilar diariamente, ou conforme a recomendação médica, e anotar os resultados em um caderno ou aplicativo
Tomar os medicamentos orais ou injetáveis para diabetes, se for o caso, conforme a indicação médica
Seguir uma alimentação equilibrada, variada e rica em fibras, evitando o consumo excessivo de carboidratos e açúcares
Praticar atividade física regularmente, pelo menos 150 minutos por semana, de preferência sob orientação de um profissional de educação física
Manter o peso adequado, de acordo com o índice de massa corporal (IMC)
Não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas
Controlar o estresse e as emoções, pois eles podem interferir nos níveis de glicose no sangue
Fazer exames periódicos para avaliar a função dos rins, dos olhos, do coração e dos nervos, e detectar precocemente qualquer alteração
Cuidar da saúde bucal, da pele e dos pés, para prevenir infecções e complicações
O diabetes tipo 2 é uma doença que requer cuidados constantes, mas que pode ser controlada com o tratamento adequado e a mudança de estilo de vida. Ao prevenir e tratar as complicações do diabetes tipo 2, você pode evitar as consequências graves da hiperglicemia e ter uma melhor qualidade de vida.