Antônio Carlos da Silva, que é motorista no estado do Ceará que procura sua família biológica há mais de 27 anos, descobriu que foi vítima de uma mentira ao acreditar que havia localizado seus parentes em Pernambuco. O homem que havia se identificado como Clécio e se apresentou como irmão de Carlos revelou que estava mentindo. Deste modo, o cearense continua à procura da família verdadeira.
O homem foi desmascarado pelo amigo do motorista somente três dias depois, quando um dos familiares do suposto irmão afirmou que ele estava mentindo. Após a revelação, Clécio enviou um áudio pedindo “desculpas” por ter inventado a história. O homem afirmou “não saber o motivo” de ter contado a mentira.
“Eu só tenho que pedir perdão. Me desculpa. Não era pra eu ter feito isso não. Não sem nem onde boto essa cara. Estou tentando falar com o Bernardo, mas não estou conseguindo”, disse Clécio, em áudio.
Além do contato feito com a vítima, Clécio enviou fotos de supostos amigos e dos próprios familiares.
Bernardo Rosemeyer, pai adotivo de Carlos e fundador da Associação O Pequeno Nazareno, instituição que acolheu o cearense, disse que não recebeu nenhuma ligação do Clécio após a descoberta da farsa.
“Ficamos todos estarrecidos. Ele fez chamadas de vídeo com a gente, conversou, mostramos nossa família, ele mandou fotos dos irmãos, disse que já tinha falado para eles que o Carlos estava vivo, depois que viu o panfleto e ligou pra gente. Esse rapaz brincou com as esperanças do meu filho”, afirmou Bernardo Rosemeyer.
Antônio Carlos só soube da verdade na noite de quinta, quando seu amigo que ajuda nas buscas se encontrou pessoalmente com Clécio e estranhou a falta de informações. No terceiro dia de diálogos, Clécio encaminhou as fotos dos supostos irmãos e a avó, mas o rapaz não repassava os contatos dos outros familiares.
Foi quando Carlos, o amigo do cearense, procurou por outros contatos de Clécio e descobriu que a história era uma invenção e que as fotos enviadas dos parentes não seriam de familiares verdadeiros do cearense.