O meio-campista de Pequim, Fernando Guoan, anunciou que conversou com o presidente da República, Jair Bolsonaro, na última terça-feira. O contato deveria tratar da situação de Robson, ex-funcionário do jogador que estava encarcerado na Rússia há um ano e seis meses. O atleta ficou otimista após a conversa.
“Estou confiante de que todas essas ações que tomamos juntos ajudarão Robson a provar sua inocência”, escreveu Fernando.
Segundo Fernando, o contato com Jair Bolsonaro foi mediado pelo ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni. Segundo o jogador, o presidente destacou que “esta é uma questão diplomática muito complicada, mas que tentará ajudar da melhor forma”.
Fernando será publicado no mesmo dia da primeira manifestação pública de Bolsonaro sobre o tema e também de Posicionamento da embaixada da Rússia no Brasil. O presidente prometeu pedir ao governo russo a libertação de Robson. O representante do país europeu disse que está tomando “todas as medidas necessárias”.
Robson está detido na Rússia há um ano e seis meses após entrar no país com drogas contendo substâncias proibidas em território russo, mas liberadas no Brasil. A droga era de William Faria, sogro do jogador.
Movimento nas redes sociais na semana passada com a hashtag “JustiçaporRobson”.
A força ganhou e provocou um posicionamento mais detalhado de Fernando que deixou o Spartak Moscou em julho passado para Pequim Guoan, na China.
Robson e sua esposa Simone trabalhavam para Fernando quando o meio-campista, revelado pelo Grêmio e feito através da seleção nacional, jogava pelo Spartak Moscou. Eles foram contratados pela família do jogador e enviados à Rússia para transportar um medicamento, Mytedon – Cloridrato de Metadona, legalizado no Brasil, mas proibido em território russo a pedido do sogro de Fernando.
Na ocasião, Robson alegou não saber o que havia na mala, e a família relatou que a bagagem era composta apenas de roupas e suprimentos. O brasileiro acabou sendo preso no aeroporto de Moscou e 30 dias depois sob a acusação de porte da droga. Nem Fernando, nem a esposa do jogador, Rafaela Rivoredo, nem o pai de Rafaela, William Pereira de Faria, confirmaram às autoridades russas que a droga pertencia a William.
O sogro de Fernando, William Faria, não prestou esclarecimentos à polícia russa. Em 6 de junho de 2019, três meses após a prisão de Robson, Fernando disse em um comunicado que não sabia como os medicamentos de Robson eram recebidos no Brasil e como entregá-los em uma mala ou em caixas de remédios desempacotadas. e acrescentou que não teve contato com o sogro.
Em nenhum momento do depoimento Fernando afirmou que o dinheiro era de William. Depoimento muito parecido com o da Sra. Rafaela, que disse não saber que seu pai pediu a Robson para trazer o medicamento. Na época, ela também disse que não sabia o endereço do pai porque ele estava sempre se mudando.
Em vídeos gravados em um celular para o Esporte Espetacular no dia 7 de setembro de 2019, Fernando deu um depoimento bem diferente do que foi dado à polícia russa. “Quando foram parados no aeroporto, mandamos imediatamente o prontuário, a receita e o passaporte do meu sogro, tudo o que faltava para provar que o medicamento era do meu sogro porque o medicamento na verdade era do meu sogro.”, disse ele. .
Fernando e sua esposa se mudaram para a China depois que o jogador conseguiu uma transferência do Spartak para o Pequim Guoan em meados do ano passado. Os pais de Rafaela deixaram a Rússia uma semana após a prisão de Robson. E nos últimos meses, o judiciário russo adiou várias audiências sobre este caso.
Em 566 dias desde a prisão de Robson, Fernando, Rafaela e William nunca fizeram uma declaração oficial, admitindo que o sogro do jogador era o dono das drogas.